Em meio às movimentações políticas que já projetam o cenário para as eleições presidenciais de 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, adotou um tom enfático para rechaçar qualquer especulação sobre uma eventual candidatura sua ao Palácio do Planalto. O governador nesta terça-feira (18), afirmou não ter ambição de disputar o cargo e reiterou seu alinhamento político com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Eu não tenho ambição em ser presidente. Acredito na reversão da inelegibilidade do Bolsonaro. São processos frágeis. O Bolsonaro deveria sair concorrendo à Presidência. Meu candidato é ele. Se ele não puder, estarei à disposição dele e de quem ele indicar”, afirmou Tarcísio, durante entrevista a jornalistas em Presidente Prudente.
Apesar de ser constantemente citado como um dos nomes mais viáveis da direita para 2026, especialmente após se consolidar como gestor técnico e político em São Paulo, Tarcísio reforçou que sua prioridade está em governar o maior estado do país.
“Hoje, eu sou governador de São Paulo. Meu foco está nisso. Tenho uma missão importante, com grandes desafios, e não seria responsável desviar minha atenção disso por vaidade ou projeção pessoal”, completou.
União da direita e críticas ao governo atual
Durante a fala, Tarcísio destacou a importância da coesão entre os líderes da direita e do conservadorismo no Brasil. Segundo ele, nomes que despontam nacionalmente como potenciais presidenciáveis têm mais interesse em contribuir com o projeto coletivo do que em protagonismo pessoal.
“A direita tem facilidade de se unir. Os governadores que estão sendo lembrados para disputar a Presidência não têm sede de poder. Eles colocam seus nomes à disposição, mas estão todos comprometidos com um único projeto, que é construir uma alternativa sólida ao que temos hoje. O objetivo é um só: unir a direita para 2026 e oferecer ao Brasil um projeto de sucesso”, avaliou.
Tarcísio também não poupou críticas ao governo federal, responsabilizando a atual gestão por um cenário de instabilidade econômica e social.
“O que temos aí hoje no governo está nos levando à ruína. É um caminho perigoso. Temos inflação alta, aumento de endividamento, elevação da carga tributária. Todos sabem quais medidas precisam ser tomadas, mas o atual governo está comprometendo o futuro do país”, disse.
O governador alertou ainda que o próximo presidente enfrentará um cenário desafiador, herdando uma economia fragilizada e com pouco espaço para manobra.
“A vida não vai ser fácil para o próximo presidente. A situação fiscal está se deteriorando, a confiança dos investidores está abalada, e a população está sentindo o peso do custo de vida. É fundamental prepararmos um plano realista, técnico e de reconstrução”, finalizou.
Lealdade a Bolsonaro e cenário de 2026
Ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro e considerado um dos quadros mais técnicos da base conservadora, Tarcísio reafirmou sua lealdade ao ex-presidente e declarou que continuará atuando como aliado, mesmo que precise entrar no jogo eleitoral.
“Meu candidato é o Bolsonaro. Se ele não for candidato, seguirei o que ele decidir. Estou à disposição dele e do nosso grupo político. O importante é manter o projeto. A liderança dele é fundamental”, afirmou.
Com sua postura, Tarcísio busca reforçar a imagem de aliado fiel, ao mesmo tempo em que se mantém como uma carta estratégica da direita para 2026, caso Bolsonaro permaneça inelegível. Ele se posiciona como figura de equilíbrio entre a técnica e o pragmatismo político, sem deixar de lado a lealdade ao seu grupo de origem.
A fala do governador reforça que, mesmo sem intenção de disputar o cargo maior da República, ele será peça central na articulação da direita nas próximas eleições presidenciais.